quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Resenhas

 O Rei do Ferro - Resenha
Editora: UnderWorld
Autora: Julie Kagawa
Título Original: The Iron King
  Páginas: 349
Avaliação: 


Alguma coisa sempre pareceu meio fora do lugar na vida de Meghan, desde que o pai desapareceu diante de seus olhos quando ela tinha apenas seis anos. Meghan nunca se adaptou na escola... nem em casa. Quando um desconhecido sombrio começa a observá-la de longe, e o amigo brincalhão se torna estranhamente superprotetor, Meghan sente que tudo que ela conhece está para mudar. Mas ela nunca poderia ter imaginado a verdade - que ela é filha de um mítico rei das fadas e peça importante numa guerra mortal. Agora Meghan vai aprender até onde é capaz de ir para salvar alguém que ama, deter um mal misterioso que nenhuma criatura encantada ousa enfrentar... e encontrar o amor com um jovem príncipe que talvez prefira vê-la morta a deixá-la tocar seu coração de gelo.


Bom, sempre que vou ler um livro com esse tema, já começo com grandes espectativas. Sou apaixonada por livros sobre fadas e "encantados". Julie Kagawa não me desapontou, conduziu a escrita muito bem!

Temos a mocinha do livro, Meghan Chase, uma típica garota deslocada, daquelas que tem apenas um melhor amigo, uma paixonite pelo cara descolado do colégio e tantos outros problemas comuns. Pois bem, sua vidinha ia seguindo normal, até que num dado momento, tudo muda. Meghan é surpreendida por uma estranha criatura no computador da sua escola, critura essa que gosta de fazer umas travessuras. Faz-se aí uma bela confusão: o cara pelo qual Meghan está interessada a humilha publicamente e seu amigo inseparável, Robin, se revela um ser encantado, e mais, seu guarda costas oficial.

Meghan é levada para o mundo dos "encantados", criaturas mágicas também conhecidas como fadas, que habitam um lugar chamado de Faerie. Seu objetivo é resgatar seu irmão, que fora levado por encantados e substituído por um changeling, um encantado que é capaz de mudar de forma.
Mas não para por ai, Meghan não é uma garota qualquer. Ela é filha do Rei do Verão, Oberon, o mesmo da peça O Sonho de uma noite ve Verão, de Shakespeare. Ela é a Princesa do Verão.
Para uma garota, passar de deslocada e zoada para Princesa de um outro mundo, deveria ser quase uma benção. Mas Meghan não está nem um pouco interessada nisso. O que ela quer é resgatar seu irmão e voltar para sua vida antiga, permanecendo na normalidade. Além disso, ela não aceitaria nenhum outro pai além do que ela perdeu, quando era criança.

Obrigada a permanecer na Corte de Verão, ela não vê outra escolha a não ser escapar... mas como? Ela planeja fugir na primeira oportunidade que tiver, e encontra essa oportunidade numa grande festa mítica onde a Corte de Verão e a de Inverno se encontram. Outra confusão acontece durante esse evento, que faz com que a trégua entre as duas cortes de rompa e a guerra volte a ser declarada.

O mocinho do livro, Ash, um dos príncipes de Inverno, aparece de relance no começo do livro, mas é nessa festa que ele ganha de fato, uma participação importante. De cara, notamos um envolvimento entre ele e Meghan, que é bem desenvolvido no decorrer do livro, sempre naquela aflição constante: Inverno e Verão são inimigos, a guerra é iminente e qualquer passo infalso pode piorar tudo. Ash é um personagem muito envolvente, tem um certo carisma sombrio (por ser um Príncipe do Inverno, possui uma postura rígida e um jeito sóbrio), mas percebemos que dentre todos da corte de Inverno, é o parece ser mais "simpático".

Outro personagem muito bem trabalhado é o gato encantado, Cait Sithe, ou Grimalkin. Ele lembra muito o Gato de Cheshire de Alice no País das maravilhas, às vezes dá até pra se confundir. Meghan é constantemente ajudada por ele, mas não pensem que isso o faz bonzinho, tudo o que ele faz por Meghan é feito através de pactos, que serão cobrados assim que o gato decidir.

Nesse primeiro livro da série, Meghan está totalmente focada em resgatar seu irmão, por isso o romance só se deselvolve até um certo ponto, a relação entre elas e os personagens encantados estão sendo construídas e todo um universo está sendo apresentado a ela – e aos leitores, em geral. O aparecimento de um novo tipo de "seres encantados" feitos de ferro (elemento que é altamente mortal aos demais encantados, agindo como um tipo de veneno neles) mostra que uma nova era está prestes a surgir, e a guerra não se limita apenas às duas cortes rivais, os encantados de ferro também entrarão nessa batalha pela soberania absoluta.

Julie Kagawa soube colocar muito bem a divisão das cortes, nomear e explicar cada tipo de encantado, de um modo que o leitor não se sinta perdido na leitura. Os personagens são bem construídos, e mesmo achando Meghan uma protagonista de padrão mediano, os demais personagens compensam. O tema das fadas é algo que está bem em evidência atualmente, o que é ótimo, na minha opinião, já que é um tema bem abranjente.
As fadas de Kagawa seguem a linha das minhas amadas fadas de Holly Black (autora de Tithe, Valiant e Ironside), são perversas, cruéis e astutas. Uma variedade bem vinda ao mercado literário brasileiro.

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