O Rei do Ferro - Resenha
Editora: UnderWorld
Autora: Julie Kagawa
Título Original: The Iron King
Páginas: 349
Avaliação: ★★★★
Alguma
coisa sempre pareceu meio fora do lugar na vida de Meghan, desde que
o pai desapareceu diante de seus olhos quando ela tinha apenas seis
anos. Meghan nunca se adaptou na escola... nem em casa. Quando um
desconhecido sombrio começa a observá-la de longe, e o amigo
brincalhão se torna estranhamente superprotetor, Meghan sente que
tudo que ela conhece está para mudar. Mas ela nunca poderia ter
imaginado a verdade - que ela é filha de um mítico rei das fadas e
peça importante numa guerra mortal. Agora Meghan vai aprender até
onde é capaz de ir para salvar alguém que ama, deter um mal
misterioso que nenhuma criatura encantada ousa enfrentar... e
encontrar o amor com um jovem príncipe que talvez prefira vê-la
morta a deixá-la tocar seu coração de gelo.
Bom, sempre que
vou ler um livro com esse tema, já começo com grandes espectativas.
Sou apaixonada por livros sobre fadas e "encantados". Julie
Kagawa não me desapontou, conduziu a escrita muito bem!
Temos a mocinha
do livro, Meghan Chase, uma típica garota deslocada, daquelas que
tem apenas um melhor amigo, uma paixonite pelo cara descolado do
colégio e tantos outros problemas comuns. Pois bem, sua vidinha ia
seguindo normal, até que num dado momento, tudo muda. Meghan é
surpreendida por uma estranha criatura no computador da sua escola,
critura essa que gosta de fazer umas travessuras. Faz-se aí uma bela
confusão: o cara pelo qual Meghan está interessada a humilha
publicamente e seu amigo inseparável, Robin, se revela um ser
encantado, e mais, seu guarda costas oficial.
Meghan é
levada para o mundo dos "encantados", criaturas mágicas
também conhecidas como fadas, que habitam um lugar chamado de
Faerie. Seu objetivo é resgatar seu irmão, que fora levado por
encantados e substituído por um changeling, um encantado que é
capaz de mudar de forma.
Mas não para
por ai, Meghan não é uma garota qualquer. Ela é filha do Rei do
Verão, Oberon, o mesmo da peça O Sonho de uma noite ve Verão, de
Shakespeare. Ela é a Princesa do Verão.
Para uma
garota, passar de deslocada e zoada para Princesa de um outro mundo,
deveria ser quase uma benção. Mas Meghan não está nem um pouco
interessada nisso. O que ela quer é resgatar seu irmão e voltar
para sua vida antiga, permanecendo na normalidade. Além disso, ela
não aceitaria nenhum outro pai além do que ela perdeu, quando era
criança.
Obrigada a
permanecer na Corte de Verão, ela não vê outra escolha a não ser
escapar... mas como? Ela planeja fugir na primeira oportunidade que
tiver, e encontra essa oportunidade numa grande festa mítica onde a
Corte de Verão e a de Inverno se encontram. Outra confusão acontece
durante esse evento, que faz com que a trégua entre as duas cortes
de rompa e a guerra volte a ser declarada.
O mocinho do
livro, Ash, um dos príncipes de Inverno, aparece de relance no
começo do livro, mas é nessa festa que ele ganha de fato, uma
participação importante. De cara, notamos um envolvimento entre ele
e Meghan, que é bem desenvolvido no decorrer do livro, sempre
naquela aflição constante: Inverno e Verão são inimigos, a guerra
é iminente e qualquer passo infalso pode piorar tudo. Ash é um
personagem muito envolvente, tem um certo carisma sombrio (por ser um
Príncipe do Inverno, possui uma postura rígida e um jeito sóbrio),
mas percebemos que dentre todos da corte de Inverno, é o parece ser
mais "simpático".
Outro
personagem muito bem trabalhado é o gato encantado, Cait Sithe, ou
Grimalkin. Ele lembra muito o Gato de Cheshire de Alice no País das
maravilhas, às vezes dá até pra se confundir. Meghan é
constantemente ajudada por ele, mas não pensem que isso o faz
bonzinho, tudo o que ele faz por Meghan é feito através de pactos,
que serão cobrados assim que o gato decidir.
Nesse primeiro
livro da série, Meghan está totalmente focada em resgatar seu
irmão, por isso o romance só se deselvolve até um certo ponto, a
relação entre elas e os personagens encantados estão sendo
construídas e todo um universo está sendo apresentado a ela – e
aos leitores, em geral. O aparecimento de um novo tipo de "seres
encantados" feitos de ferro (elemento que é altamente mortal
aos demais encantados, agindo como um tipo de veneno neles) mostra
que uma nova era está prestes a surgir, e a guerra não se limita
apenas às duas cortes rivais, os encantados de ferro também
entrarão nessa batalha pela soberania absoluta.
Julie Kagawa
soube colocar muito bem a divisão das cortes, nomear e explicar cada
tipo de encantado, de um modo que o leitor não se sinta perdido na
leitura. Os personagens são bem construídos, e mesmo achando Meghan
uma protagonista de padrão mediano, os demais personagens compensam.
O tema das fadas é algo que está bem em evidência atualmente, o
que é ótimo, na minha opinião, já que é um tema bem abranjente.
As fadas de
Kagawa seguem a linha das minhas amadas fadas de Holly Black (autora
de Tithe, Valiant e Ironside), são perversas, cruéis e astutas. Uma
variedade bem vinda ao mercado literário brasileiro.
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