Resenhas

Valiant - Resenha


Editora: Rocco
Autora: Holly Black
Título Original: Valiant, A modern tale of faerie
Páginas: 205
  Avaliação: ★★★★★

Literalmente, com esse livro, o ditado se concretizou. Não se deve julgar um livro pela capa.

Porque, convenhamos, não é a capa mais linda nem a mais chamativa do mundo. Ela até tem a ver com a história, mas nem tanto. Mas falando com sinceridade, o conteúdo é tão bom, que a capa não se tornou problema nenhum. 



Fadas não existem, certo? Bem, pelo menos era isso que pensava Valerie Russel, uma garota de dezessete anos até então parecida com muitas outras que existem por ai. Isso até resolver fugir de casa e ir morar com alguns jovens de rua nos túneis do metrô de Nova York. Logo, Val irá perceber que seus novos amigos são alguns dos poucos humanos que sabem da existência de um universo fantástico, repleto de seres encantados e magia, onde Val terá um papel muito importante a cumprir.


Como pode ser notado, o livro trata de alguns assuntos polêmicos. Drogas, traição, a vida nas ruas. Esse livro tem a temática voltada para as Fadas, os seres Encantados. Mas já deu para observar que o jeito que o tema é abordado não é nem um pouco "encantador". Isso porque a maioria das pessoas prejulgava os livros "de fadas" por julgarem um tema muito infantil ou muito feminino. Mas esse é o ponto. É totalmente o contrário. Os seres encantados são cruéis, maldosos e ardilosos, eles tem, certas vezes, a aparência grotesca, gostam de brincar e de jogar com os sentimentos humanos. 

Valiant, acima de tudo, é um livro que quebra esse conceito. É narrado em terceira pessoa, ampliando o ângulo de visão de cada personagem. É sombrio, misterioso, um livro que retrata uma protagonista perdida, sem rumo, se sentindo traída por quem mais confiava. E conta como essa protagonista magoada conhece a magia, a verdade sobre esse mundo das fadas, que se mostrava tão sombrio quanto seu próprio mundo. 

Aliás, a protagonista é um forte ponto a favor do livro. Valerie é uma garota normal, tem um namorado de que gosta, uma melhor amiga meio gótica e uma mãe metida a adolescente. E num piscar de olhos, consegue ser enganada pelas três principais pessoas de sua vida. A raiva e a angústia dela se fazem presentes boa parte do livro, motivo que a levou ao extremo, a sair de casa e raspar os cabelos. A raiva de Valerie se mostra o fator principal do livro, eu diria.

Os personagens secundários são muito bem trabalhados. Cada um tem uma forte participação no livro, principalmente os três moradores de rua que convidam Val a juntar a eles. Loli, Dave e Luis vivem pelos túneis do metrô de NY, túneis que levam a um tipo de "covil" de um troll. Uma criatura mágica, com pele esverdeada e cabelos negros. E eis o nosso mocinho, o par romântico de Val (Que não chega a ser de cara um romance, mas sim uma atração, digamos). 

Sim, um troll verde. Um ser encantado que também magoou e foi magoado, e por isso está vivendo na cidade, no meio do ferro. O ferro, que aliás, é um veneno para os seres encantados. E o caso é esse, os seres encantados que vivem na cidade estão morrendo, e de alguma forma, os olhares se voltam para Ravus (o troll, que também faz remédios contra o veneno do ferro), e ele passa a ser o principal suspeito das mortes.



Valerie faz um acordo com o troll, ela trabalhará para ele, entregando os remédios aos seres encantados, por ter invadido seu covil. Ravus de início, parece mais um monstro troglodita que assusta todo mundo. Mas com o passar do livro, ele se mostra cada vez mais gentil e cada vez mais mostra porque é tão solitário e melancólico. 

Val também descobre um tipo de droga que serve de alimento para os encantados, mas que se usado em humanos, concede um certo poder. O "Nunca Mais". Viciada nessa sensação de fuga da realidade, ela põe em risco até mesmo sua amizade com Ravus, e para reconquistá-la ela precisará, literalmente, buscar de volta seu coração.

O livro mostra tanto o amadurecimento da personagem principal quanto de todos os outros. Amadurecimento ou retrocesso. Holly Black escreve de um jeito que não pode ser descrito em poucas palavras, por que de alguma forma, a narrativa sem rodeios, sem máscaras, nos faz adentrar no livro, entender os personagens.
Valiant é muito mais que uma capa. É fácil de gostar. É fácil entender. 






A Bruxa de Ferro - Resenha

Editora: UnderWorld
Autora: Karen Mahoney
Título Original: The Iron Witch
Páginas: 206
Avaliação: ★★★

Esquisita. 

Era assim que chamavam Donna Underwood, 17 anos, no colégio depois de um horrível ataque de encantados matar seu pai quando ela era criança. Seus ferimentos e a reabilitação resultaram em força aumentada pela magia, graças às tatuagens de ferro em seus braços e nas mãos. Como filha de alquimistas, ela é abençoada e amaldiçoada, ao mesmo tempo, por uma herança de magia que não deixa muito espaço para garotos, festas e lições de casa. Agora, depois de dez anos desejando uma vida normal, ela finalmente é forçada a aceitar seu papel na guerra de séculos contra os mais sombrios proscritos do povo encantado: Os Elfos das Trevas. Agora Donna vai ter que correr para salvar a vida do melhor amigo – mesmo que para isso tenha que trair um dos maiores segredos do mundo e enfrentar justamente aquilo que destruiu sua família.



A Bruxa de Ferro trás mais um livro com "Encantados" como temática às prateleiras das livrarias. Ultimamente, principalmente depois do lançamento de O Rei do Ferro, os encantados entraram em cena de vez. Apesar de já conhecer o tema depois de ler os livros da autora Holly Black, pouco divulgados aqui no Brasil, mas de muito boa qualidade e conteúdo, nunca é demais mais para mim mais um livro como esses para ler. 


Pode parecer um tema um tanto prejulgado pelas pessoas que escutam de primeira, como "um livro sobre fadas e seres encantados" pode ser interessante? Porque eles são, em maioria, muito diferentes do que aparentam ser. Em geral sombrios, misteriosos e cheios de obscuridade. Os "encantados" são colocados nas histórias como criaturas maldosas, cheias de más intensões e interesses próprios, a palavra "fada" ameniza e muito a essência do livro em si, que na realidade, tratam de criaturas cruéis, inumanas. No livro A Bruxa de Ferro, Donna faz parte da "Ordem". A Ordem é composta por alquimistas, e no livro há quatro delas: a do Dragão, do Leão, do Corvo e da Rosa. Donna faz parte da Ordem do Dragão e seu principal foco no livro é conter os movimentos dos Elfos das Trevas, seres encantados que se rebelaram contra os leis do mundo das fadas e foram mandados para o mundo humano. Mesmo sendo denominados elfos, sua aparência é no mínimo, grotesca (essa é outra característica desse tipo de livro, os seres encantados, as vezes, possuem aparência monstruosa), sem contar na capacidade de mudar de forma. 

Donna possui marcas de ferro em ambos os braços e nas mãos, e isso se mostra um tanto conveniente, já
que os seres encantados tem uma forte intolerância à ferro, como um tipo de alergia, um veneno para eles. Ela tem um melhor amigo, Navin, que logo no começo do livro descobre seu segredo, depois de ter seguido Donna à casa do Criador, um alquimista muito poderoso, e ter sido atacado por um dos elfos das trevas, e acaba se envolvendo em toda essa guerra de alquimistas X elfos. Como não poderia faltar, Donna se envolve com um garoto popular que aparenta ser um tanto problemático. O mais incrível é descobrir que o tal garoto, Xan, é um mestiço de encantado com humano. Quando o amigo de Donna é levado pelos elfos, Donna não tem outra alternativa a não ser pedir ajuda a Xan. Xan guia Donna à floresta onde habitavam os elfos, e lá eles fazem um acordo. Donna precisa levar o elixir da vida à Rainha dos elfos e só assim, devolveriam Navin e o Criador, que também havia sido levado.


Enfim, o livro é rápido de ler, a narrativa é rápida e direta. A mocinha do livro não é nem uma menininha bobinha nem uma vadia chata. É alguém realmente diferente dos outros, que possui uma boa história de vida e tem características marcantes. Apesar de faltar personagens secundários, os que tem fazem bem o seu papel... O personagem masculino que faz o par romântico da mocinha, faz o tipo misterioso, meio triste e melancólico, mas que também sabe ser útil. Infelizmente o romance não foi tão desenvolvido ou aprofundado nesse primeiro livro, o que nos dá a entender que no próximo livro, o foco venha a ser esse. Porque, para ser curta e grossa, o romance foi um tanto cru. 


A Temática das fadas é algo emocionante e diverso, tendo várias vertentes a explorar. É uma moda que seria muito bem vinda e na minha opinião, uma ótima opção para quem gosta de diversidade. Vampiros, lobisomens, anjos, bruxos... e por que não, Fadas? Ou Encantados, se o termo não lhe parecer sonoro. 










Passagem para o Inverno - Resenha

Editora: UnderWorld
Autora: Julie Kagawa
Título Original: Winter's Pass
Páginas: 50
Avaliação: ★★★★


Quem tem medo do Lobo Mau?
Meghan Chase era uma garota comum... até descobrir que, na verdade, é uma princesa encantada. Depois de escapar das garras do letal encantado de Ferro, Meghan precisa agora cumprir sua promessa de voltar à igualmente perigosa Corte de Inverno com seu amor proibido, o Príncipe Ash. Mas, antes, Meghan tem um pedido: ela quer ir visitar Puck, seu melhor amigo e servo de seu pai, o Rei Oberon – que sofreu ferimentos graves quando a defendia dos Encantados de Ferro. Mas o desvio de Meghan e Ash não passa despercebido. Eles chamam a atenção de um antigo e poderoso caçador – um inimigo que nem mesmo Ash pode conseguir derrotar...


Passagem Para o Inverno é um conto introdutório ao segundo livro dos Encantados de Ferro: A Filha do Ferro. Conta a passagem de Meghan e Ash do mundo dos humanos ao Nevernever, no mundo dos encantados.
No conto, Meghan deve cumprir com sua parte no pacto que fez com Ash, Príncipe do Inverno, onde ao ajudar Meghan a resgatar seu irmão das mãos dos encantados de Ferro, ela iria com ele para a Corte de Inverno, sem relutar, encontrar com a rainha Mab.

No conto, Meghan e Ash estão na mira de um caçador antigo, que coloca medo até no Príncipe do Gelo. Com a ajuda do Cait Sithe, Grimalkin, eles rumam em direção ao reino de Inverno, sempre como caçador colado em suas costas.

O conto encaminha a leitura para o próximo livro e é uma leitura rápida, questão de horas. E quem pensa que o conto não faz diferença, uma boa parte do romance é desenvolvida nele, além de ter ação e aventura.


Julie Kagawa, mais uma vez, escreve com elegância e humor mais uma parte dessa série dos Encantados de Ferro, que tem tudo para ser um novo vício entre os leitores.







O Rei do Ferro - Resenha

Editora: UnderWorld
Autora: Julie Kagawa
Título Original: The Iron King
   Páginas: 349
Avaliação: 




Alguma coisa sempre pareceu meio fora do lugar na vida de Meghan, desde que o pai desapareceu diante de seus olhos quando ela tinha apenas seis anos. Meghan nunca se adaptou na escola... nem em casa. Quando um desconhecido sombrio começa a observá-la de longe, e o amigo brincalhão se torna estranhamente superprotetor, Meghan sente que tudo que ela conhece está para mudar. Mas ela nunca poderia ter imaginado a verdade - que ela é filha de um mítico rei das fadas e peça importante numa guerra mortal. Agora Meghan vai aprender até onde é capaz de ir para salvar alguém que ama, deter um mal misterioso que nenhuma criatura encantada ousa enfrentar... e encontrar o amor com um jovem príncipe que talvez prefira vê-la morta a deixá-la tocar seu coração de gelo.





Bom, sempre que vou ler um livro com esse tema, já começo com grandes espectativas. Sou apaixonada por livros sobre fadas e "encantados". Julie Kagawa não me desapontou, conduziu a escrita muito bem!



Temos a mocinha do livro, Meghan Chase, uma típica garota deslocada, daquelas que tem apenas um melhor amigo, uma paixonite pelo cara descolado do colégio e tantos outros problemas comuns. Pois bem, sua vidinha ia seguindo normal, até que num dado momento, tudo muda. Meghan é surpreendida por uma estranha criatura no computador da sua escola, critura essa que gosta de fazer umas travessuras. Faz-se aí uma bela confusão: o cara pelo qual Meghan está interessada a humilha publicamente e seu amigo inseparável, Robin, se revela um ser encantado, e mais, seu guarda costas oficial.


Meghan é levada para o mundo dos "encantados", criaturas mágicas também conhecidas como fadas, que habitam um lugar chamado de Faerie. Seu objetivo é resgatar seu irmão, que fora levado por encantados e substituído por um changeling, um encantado que é capaz de mudar de forma.
Mas não para por ai, Meghan não é uma garota qualquer. Ela é filha do Rei do Verão, Oberon, o mesmo da peça O Sonho de uma noite ve Verão, de Shakespeare. Ela é a Princesa do Verão.
Para uma garota, passar de deslocada e zoada para Princesa de um outro mundo, deveria ser quase uma benção. Mas Meghan não está nem um pouco interessada nisso. O que ela quer é resgatar seu irmão e voltar para sua vida antiga, permanecendo na normalidade. Além disso, ela não aceitaria nenhum outro pai além do que ela perdeu, quando era criança.

Obrigada a permanecer na Corte de Verão, ela não vê outra escolha a não ser escapar... mas como? Ela planeja fugir na primeira oportunidade que tiver, e encontra essa oportunidade numa grande festa mítica onde a Corte de Verão e a de Inverno se encontram. Outra confusão acontece durante esse evento, que faz com que a trégua entre as duas cortes de rompa e a guerra volte a ser declarada.

O mocinho do livro, Ash, um dos príncipes de Inverno, aparece de relance no começo do livro, mas é nessa festa que ele ganha de fato, uma participação importante. De cara, notamos um envolvimento entre ele e Meghan, que é bem desenvolvido no decorrer do livro, sempre naquela aflição constante: Inverno e Verão são inimigos, a guerra é iminente e qualquer passo infalso pode piorar tudo. Ash é um personagem muito envolvente, tem um certo carisma sombrio (por ser um Príncipe do Inverno, possui uma postura rígida e um jeito sóbrio), mas percebemos que dentre todos da corte de Inverno, é o parece ser mais "simpático".

Outro personagem muito bem trabalhado é o gato encantado, Cait Sithe, ou Grimalkin. Ele lembra muito o Gato de Cheshire de Alice no País das maravilhas, às vezes dá até pra se confundir. Meghan é constantemente ajudada por ele, mas não pensem que isso o faz bonzinho, tudo o que ele faz por Meghan é feito através de pactos, que serão cobrados assim que o gato decidir.

Nesse primeiro livro da série, Meghan está totalmente focada em resgatar seu irmão, por isso o romance só se deselvolve até um certo ponto, a relação entre elas e os personagens encantados estão sendo construídas e todo um universo está sendo apresentado a ela – e aos leitores, em geral. O aparecimento de um novo tipo de "seres encantados" feitos de ferro (elemento que é altamente mortal aos demais encantados, agindo como um tipo de veneno neles) mostra que uma nova era está prestes a surgir, e a guerra não se limita apenas às duas cortes rivais, os encantados de ferro também entrarão nessa batalha pela soberania absoluta.

Julie Kagawa soube colocar muito bem a divisão das cortes, nomear e explicar cada tipo de encantado, de um modo que o leitor não se sinta perdido na leitura. Os personagens são bem construídos, e mesmo achando Meghan uma protagonista de padrão mediano, os demais personagens compensam. O tema das fadas é algo que está bem em evidência atualmente, o que é ótimo, na minha opinião, já que é um tema bem abranjente.
As fadas de Kagawa seguem a linha das minhas amadas fadas de Holly Black (autora de Tithe, Valiant e Ironside), são perversas, cruéis e astutas. Uma variedade bem vinda ao mercado literário brasileiro.





Sangue e Chocolate - Resenha




Editora: UnderWorld
Autora: Annette Curtis Klause
Título Original: Blood and Chocolate
Páginas: 254
Avaliação: 


"Vivian aprecia a mudança, a dor doce e poderosa que a transforma de garota à lobo. Com dezesseis anos, ela é bonita e forte, e todos os jovens lobos estão aos seus pés. Mas Vivian ainda está de luto pela morte de seu pai, seu grupo continua sem um líder e em desordem, e ela se sente perdida nos subúrbios de Maryland. Ela deseja uma vida normal. Mas o que é normal para um lobo que precisa a todo custo esconder sua identidade dos humanos?
Vivian ganha a vida trabalhando numa loja de chocolates e acaba se apaixonando por um humano, bom e gentil, um alívio bem vindo para ela. Ele é fascinado por magia, e Vivian deseja se revelar a ele. No entanto, a lealdade de Vivian é colocada á prova quando um assassinato brutal ameaça expor o grupo. Movendo-se entre dois mundos, ela não parece pertencer a nenhum dos dois. O que ela é realmente? Humana ou besta? O que tem o gosto mais doce? Sangue ou Chocolate?"


Sangue e Chocolate é um dos casos de livros que foram adaptados para o cinema. Livros que foram adaptados para o cinema e que, no caso do Brasil, o filme chegou primeiro que o livro. Essa situação é, no mínimo, triste. Triste e revoltante. Eu até concordo que a maior parte da população do nosso país prefere ver um filme a ler um livro, infelizmente, mas ainda acredito que é quase um crime não oferecer as opções de: ver o filme sem ler o livro ou de ler o livro e em seguida ver o filme ou não.

Enfim, o livro finalmente chegou.

Se você é como eu, que chegou a ver o filme, e quer comprar o livro por causa disso mesmo, prepare-se para uma revelação: o filme não tem praticamente nada a ver com o livro. Em escala de 1 a 10 de diferença entre os dois, eu daria 9 (isso porque o nome dos personagens permaneceram iguais, pelo menos). Mas, se você é o tipo de pessoa que nunca nem ouviu falar do filme (ou ouviu falar mas nunca viu), vai ter um olhar crítico diferente, e se depois de ler tiver interesse em ver o filme, pode até se decepcionar seriamente.

Mas veja bem, não pense que essa vi ser uma resenha negativa, porque, na realidade, o livro é muito, muito bom. Só que para as pessoas que se empolgaram acreditando que o livro seria como uma narrativa do filme, vai descobrir que estava redondamente enganado (como eu), e vai ficar se perguntando como conseguiram transformar esse livro num filme daquele.

Bom, um caso comparativo com Sangue e Chocolate pode ser tirado de Diários do Vampiro, livro, com sua respectiva série de TV, que além de mudar o enredo dos livros, ainda mudaram os nomes(ou sobrenomes, não me lembro) de alguns personagens. Mas o fato de ter alterado a história não quer dizer que automaticamente a adaptação venha a ser ruim. Depende de cada um.

Focando no livro, a história basicamente acontece dessa forma: A história é passada toda nos EUA(e não em Bucareste, como no filme). Depois de um incêndio que matou o pai de Vivian, a mocinha da história, a matilha de lobisomens precisa migrar para um lugar seguro. Pois bem, sem ter um líder, a matilha se vê perdida e quase que descontrolada. No conceito do livro, Vivian é a "fêmea" super desejada do grupo de lobisomens, sendo constantemente disputada pelos "machos"(principalmente um grupo de jovens intitulados "Os Cinco"), e pelo que dá pra perceber, ela sabe muito bem o quanto é desejada. O que a faz um tantinho arrogante, e nos faz pensar logo "nossa, essa garota se acha demais!". Mas há um meio termo, porque, mesmo sabendo que ela é uma garota atraente, ela é muito insegura certas horas, por não estar habituada a se relacionar com humanos.

Às vezes Vivian até lembra um pouco o jeito de Elena, de Diários do Vampiro, mas não chega a ser tão insuportável quanto ela.
Enfim, contrariando a matilha e suas leis, ela se apaixona por Aiden, um humano que também diz amá-la. Ela entra para seu grupo de amigos e deixa todos da matilha preocupados, temendo que ele descubra seu segredo.
No livro, a mãe de Vivian é uma transloucada, depois da morte do marido, dá em cima de tudo quanto é homem, até mesmo do que está interessado em Vivian. É briguenta e atirada, e Vivian vive discutindo com ela. Os Cinco também tem um destaque importante. São os "jovens rebeldes" do grupo, querem liberdade, fazer tudo por conta própria.
Há também o papel fundamental de Gabriel, um jovem lobo que está cotado para ser o novo líder na matilha. Gabriel se interessa por Vivian e quer fazê-la sua parceira, no entanto, ela acredita estar apaixonada por Ainden.

Bom, o livro desenvolve um romance que é indiscutivelmente proibido e que nos faz ficar naquela dúvida "seria melhor ela ficar com o humano ou com o lobisomem?", e mesmo eu, que vi o filme(e sei que é totalmente diferente), não me decepcionei nada. Nem com o enredo, nem com o final. O livro é ótimo, e consegue nos fazer aceitar o final meio diferente. Na verdade, eu até estava torcendo por esse final.
Espero que vocês também não se decepcionem, por que no geral, achei o livro muito mais realista do que o filme, claro. :*